segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

16/01 - Resistência à Assunção

O planejamento inicial era voltar direito ao Brasil depois de sair de Salta, mas após ler em vários blogs e no Fórum dos Mochileiros relatos de pessoas falando bem de Assunção, resolvemos arriscar e se nada desse certo, faríamos umas comprinhas pelo menos.
Café tomado (fraco por sinal), arrumamos o carro, já caímos na estrada, um dos poucos pontos positivos do hotel era o fato dele ficar ao lado da rodovia. Pegamos estrada rumo à Assunção, pista simples, mas bem conservada, movimento tranquilo e logo estávamos chegando na aduana.
Nossa "ideia" de Paraguai é aquela que a maioria dos brasileiros tem, principalmente quem já foi em Ciudad del Este, uma muvuca interminável, tudo muito sujo, pirataria, camelos, gente tentando te vender alguma coisa o tempo todo, enfim, aquela visão clássica, mas ao chegar na aduana Paraguaia fomos surpreendidos, apesar do prédio simples, do intenso movimento e do aparente caos, um funcionário (pensamos isso quando vimos, estava até de crachá) já veio nos orientando sobre onde parar o carro, onde ir nas cabines, muito educado e solícito, logo ficamos impressionados, não tivemos um atendimento desses em nenhum lugar que passamos, nem no Chile.
Continuamos à fazer os trâmites, sempre com a cordialidade do "nosso" funcionário particular nos auxiliando e também outras pessoas. A última parada foi na conferência de documentação do veículo e essa foi a primeira vez que pediram para ver o Seguro Carta Verde, nós tínhamos tomado cuidado com todos estes detalhes, então ficamos tranquilos. Após a conferência, um outro funcionário disse que nos acompanharia para ver o veículo, tudo normal. Chegando no carro, ele disse que nem ia pedir para abrir, que viu que nós eramos "gente boa", e já ia nos liberar, porém, neste momento tudo o que havíamos construídos de bom sobre o Paraguai, desmoronou, o funcionário que nos acompanhou até o carro pediu uma "caixinha", segundo ele, "qualquer R$ 100,00 tá certo". Um absurdo! Neste momento a vontade de explodir foi grande, mas honestamente, o que adiantaria? Com certeza ficaríamos parados ali o dia inteiro por "pirraça" e no final, só nós é que perderíamos, depois de quase 30 dias viajando e quase derretendo no calor Paraguaio, eu acabei pagando R$ 50,00 para evitar confusão. E aqui deixo uma DICA IMPORTANTE: sempre que você for fazer alguma conta, use o seu celular ou calculadora, fiz um pequeno câmbio na aduana pois havia um pedágio antes de chegar em Assunção e o cara com uma calculadora, fez os cálculos na minha frente e conseguiu me enganar, inacreditável, só me dei conta quando já estava à quilômetros, até na calculadora eles conseguem nos enganar.
Após o pagamento da caixinha, ao menos conseguimos cortar uma fila grande que estava formada na aduana, não gosto dessas coisas, e sou completamente contra esse tipo de atitude, mas ali, eu não vi outra coisa a se fazer. Aparentemente todos os funcionários estão dentro do esquema. Toda aquela boa sensação de quando chegamos, já tinha ido embora.
Chegando em Assunção, eu tive a sensação de estar entrando na Índia, um movimento infernal, leis de trânsito não existem, setas também não, preferencial, nada... Só faltou uma vaca atravessar as avenidas. Nosso GPS funcionou bem novamente e chegamos no hotel com tranquilidade, ficamos no Acosta Ñu Apart Hotel, não fica no centro, mas é de fácil acesso, num lugar tranquilo e seguro, hotel simples, com atendimento codial. Arrumamos nossas coisas e fomos explorar um pouco a cidade para ver se tirávamos aquela sensação horrível que tivemos do Paraguai.
Fomos Shopping del Sol para ver se realmente os preços eram bons como diziam e de fato algumas coisas são bem baratas, mas a maioria é parecido com o do Brasil. Aproveitamos para almoçar por ali mesmo e a alimentação é muito barata, compensa bem.
Como o cansaço da viagem estava meio que se acumulando cada vez mas, resolvemos voltar para o hotel e descansar o restante do dia, tanto que acabamos pedindo algo para comer ali mesmo.
No dia seguinte iríamos para a famosa Rua Palma, onde diziam que se encontrava de tudo, vamos conferir.

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