Dia de ir embora é sempre muito ruim, ainda mais quando se
gostou muito de algum lugar, todos nós ficamos vislumbrados com o Atacama e a
cidade de San Pedro, de fato um lugar único, digno de todos os elogios que se
lê na internet, é tudo isso e muito mais. O deserto não é um lugar fácil de
ficar, é necessário tomar MUITA água, passar bepanthol nos lábios, protetor
solar obrigatório em todos os momentos, proteger bem a cabeça é fundamental, a
pele como um todo fica muito seca e o corpo sente muito a altitude nos
passeios, mas tudo isso é “fichinha” perto de tudo o que vimos.
Um adendo importante, SPA tem apenas 1 único posto de
combustível, que está frequentemente cheio e é comum a gasolina acabar ao final
do dia, por isso, é importante abastecer o carro de manhã e até chegar a aduana
argentina, não existem postos.
Malas prontas, carro carregado, partimos para tomar café na
Franchutería, como uma espécie de despedida de SPA. Café tomado, era hora de
partir de pegar estrada. Antes de sairmos de da pousada eu fui até um posto
policial me informar sobre gelo na pista, já que o trajeto para Salta é o mesmo
que leva até o Salar de Tara, a policial me informou que a pista seria aberta
somente às 10 horas, por isso não tivemos pressa no café.
Esperamos dar o horário e partimos rumo à Argentina, vale
lembrar que por toda San Pedro se tem uma vista do vulcão Licancabur, mas ao
longo do nosso trajeto ele aparece à todo momento, imponente na paisagem, uma
imagem muito bonita. A pista que leva até a aduana está em bom estado de
conservação, apesar de ser pista simples e não possui pedágios. A aduana
chilena e argentina funcionam em um único prédio, o que facilita todo o
processo de migração. Porém, vá preparado, ali você ficará algumas horas
parado, quanto mais cedo conseguir passar, melhor. Lembrando também que neste
trajeto atingimos o ponto mais alto da viagem, a 4830 metros, por isso leva
muita água e se hidrate bastante para não sentir muito a altitude, quem sentirá
é o carro, que ficará mais “fraco”, porém nada demais, é só seguir com calma
sem forçar muito o motor que a viagem correrá tranquila.
Levamos cerca de duas horas para fazer todos os trâmites, a
fila estava muito grande, na hora do atendimento, tudo foi bem rápido. Com a
papelada em ordem, era hora de passar o carro para a verificação. Nessa hora
ficamos com um pouco de receio, pois havíamos comprado “um pouco” de vinho no
Chile e as regras para transporte são um pouco confusas, por fim o policial nos
liberou sem maiores preocupações. Assim que você passa pela aduana existe um
posto de combustível, é recomendável que você abasteça pois grande parte do
caminho os postos são escassos.
O caminho até Salta é em grande parte tranquilo, porém, é
importante lembrar que você passará pela Cuesta de Lipan, uma estrada com um
conjunto de curvas inacreditáveis. Particularmente, eu achei uma delícia
dirigir por este trecho, mas é importante ter todos os cuidados, pois a pista é
realmente muito perigosa, ainda mais quando se tem um caminhão desgovernado
atrás como aconteceu conosco, o melhor foi deixa-lo passar, e seguir tranquilo.
Infelizmente pegamos muita neblina neste trecho e não pudemos parar para tirar
uma única foto e nos poucos momentos que o tempo abriu, vimos uma beleza
encantadora na paisagem. Quero voltar lá um dia com certeza.
O caminho até Salta passa pelas Salinas Grandes, um salar
que é cortado pela rodovia, parada obrigatória para tirar fotos. Se tiver sorte
de ter chovido naquela semana, você encontrará uma fina camada de água sobre o
sal, dá um efeito de “infinito” lindo nas fotos, por sorte, estava assim no
dia.
Como tomamos um bom café e saímos tarde de SPA, acabamos não
almoçando neste dia e comemos algumas porcariadas que havíamos comprado, isso
nos ajudou à ganhar tempo.
O trajeto em geral é muito bonito, porém, mais à tarde
começou uma chuva muito intensa e várias pequenas paradas programadas tiveram
que ser deixadas de lado, como por exemplo, a Quebrada de Humahuaca que é linda, mas vimos apenas pelo carro, uma
pena realmente.
Em alguns trechos a rodovia é duplicada, mas em via de regra
a maior parte ela é simples e bem
conservada, com poucos trechos ruins. Nesta parte da viagem, antes da chegada
em cada cidade havia um posto da polícia, fomos parados em todos eles, e
conhecendo a “fama” dos policias argentinos estávamos prontos para aquela
famosa propina que eles cobram, porém, quero destacar que todos eles foram
muito educados e atenciosos e em momento algum precisamos “pagar um café” para
sermos liberados.
Chegamos em Salta já a noite com uma garoa fina, paramos
para jantar no restaurante Sueños, próximo ao hotel. Neste dia o jantar foi uma
milanesa acompanhada pela deliciosa cerveja que leva o nome da cidade, comida
simples, porém barata, cerca de R$ 40,00 o prato para duas pessoas.
Logo após o jantar fomos para nosso hotel, ficamos
hospedados no Luxor, muito bom e bem localizado, recomendo.
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