terça-feira, 16 de julho de 2019

03/07 - De Santa Rita à Santo Amaro do Maranhão


Após o café da manhã, saímos por volta de 08:30 do hotel em Santa Rita em direção à Santo Amaro do Maranhão, acabamos optando por Santo Amaro pois lendo vários relatos na internet, muitas pessoas falavam do aspecto mais simples e menos desenvolvido da cidade do que a mais conhecida, onde as pessoas normalmente ficam que é Barreirinhas.
O trecho era de apenas 250 km entre as duas cidades, porém, novamente pela qualidade do asfalto, acabamos demorando mais do que o normal, fizemos o percurso em cerca de 4 horas.
Atualmente, o trecho até Santo Amaro está totalmente asfaltado, e existe até a mesmo a construção de uma ponte cruzando o Rio Alegre, o que fará em breve, qualquer veículo chegar direito na cidade de Santo Amaro.
Hoje ao chegar na cidade é obrigatório deixar o carro no estacionamento municipal, ele fica do lado esquerdo, logo após um posto Ipiranga na entrada da cidade. Ele é amplo e gratuito e de lá mesmo já é possível pegar um transporte em direção ao “centro” de Santo Amaro, que é onde ficam a maioria das pousadas, restaurantes e de onde saem todos os passeios. Dica: Se você for de carro e for ficar alguns dias, leve algum tipo de capa protetora para por sobre o painel do carro, no estacionamento não tem sombra, o sol é muito forte e pode danificar seu veículo.
Assim que você para seu veículo no estacionamento já chega algum guia oferecendo o transporte até o centrinho, o valor é padronizado de R$ 10,00. O transporte é feito em caminhonetes adaptadas com bancos na caçamba, que são chamadas de jardineiras, esse é o veículo “oficial” de Santo Amaro do Maranhão e você as verá por toda a cidade.
Quem nos recebeu foi o guia Misael (98 84991741), muito simpático e educado, ofereceu o serviço de transporte até nossa pousada, o trajeto da entrada de Santo Amaro até o centrinho já é uma pequena aventura, pois o carro atravessa o Rio Alegre e literalmente passa por dentro dele, com a água chegando muito próxima de entrar dentro do veículo. O trajeto entre a entrada e o centrinho é rápido, chega-se em cerca de 15 minutos.
Ficamos hospedados na Pousada Paraíso (98 984895598), fica bem localizada, apenas 2 quadras da praça central, possui quartos amplos, com ar-condicionado, chuveiro elétrico (é bom conferir se sua pousada oferece, pois nem todas disponibilizam) e um ótimo café da manhã, ela é simples, sem luxos, o wi-fi funciona mais na área externa do que nos quartos, porém nos atendeu perfeitamente, o valor da diária é cerca de R$110,00 por pessoa. Dica: verifique se sua pousada está localizada próxima a praça central, pois algumas ficam um pouco longe e em Santo Amaro tudo se faz a pé, existe inclusive um rio que corta a cidade e algumas pousadas ficam do outro lado desse rio, sendo necessário atravessá-lo para se chegar até o centro, ele não é fundo, mas a água pode chegar na altura da cintura, dependendo do tamanho da pessoa.
Detalhe: em Santo Amaro, o sinal de celular é muito ruim, pegando razoavelmente bem Claro e Oi.
Antes mesmo de fazer o check-in combinamos com o guia Misael de já fazer um passeio no período da tarde, é o passeio mais famoso de Santo Amaro, que são as lagoas Gaivota e Andorinha, com parada para ver o pôr do sol. O passeio sai às 15:00 com retorno por volta das 18:30.
No centro de Santo Amaro existem inúmeras agências de turismo, você pode contratar o passeio diretamente com elas, ou então pela cooperativa de turismo de Santo Amaro, que fica num prédio ao lado da praça central. O preço é meio tabelado, mas vale a pena dar uma pesquisada, principalmente se for optar por passeios privativos, ou seja, no carro irá apenas o seu grupo (que é mais caro, porém te dá muito mais privacidade e liberdade) ou nos passeios coletivos (que são mais baratos, porém sem nenhuma privacidade ou liberdade). Você também pode reservar os passeios direto com a pousada, pois a maioria delas faz o agendamento direto com a Cooperativa.
Após nos instalarmos no quarto, fomos atrás do almoço, uma dica importante é que Santo Amaro ainda está se desenvolvendo para o turismo, por isso existem poucos restaurantes, grande parte fechar a partir das 14:00, como a maioria dos comércios na cidade e de modo geral são simples e nem todos aceitam cartão de crédito/débito, levar dinheiro é importante e na praça central existe uma agência do Bradesco.
Como o calor estava muito forte e o passeio não demoraria a sair, resolvemos almoçar próximo a pousada no restaurante Água Doce. Comemos uma moqueca de pescada amarela, comida simples, nada de mais, prato para duas pessoas R$ 75,00.
Após o almoço voltamos para a pousada e fomos arrumar as coisas para o passeio, é importantíssimo levar filtro solar, óculos escuros, chapéu/boné e água. Os passeios acontecem no meio do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, ou seja, no meio do nada, onde não há nenhum tipo de comércio, nem muito menos banheiros. Uma dica: bebidas alcóolicas não são permitidas.
Às 15:00 em ponto o Misael passou na pousada, parada na cooperativa para preenchimento de papelada (isso ocorre antes de todos os passeios), aproveitamos para passar no mercado e compramos água e coisinhas para comer, é importante lembrar que o comércio geral fecha por volta das 19:00, então, se organize para comprar as coisas antes dos passeios.
Neste primeiro passeio optamos por fazer o coletivo e demos sorte pois estávamos apenas nós quatro e um pai com sua filha, que por sinal foram muito simpáticos e ótimas companhias. O valor desse passeio foi de R$ 60,00 por pessoa, sempre pagamento em dinheiro.
Antes de entrar no parque há uma guarita onde se faz uma conferência de papéis e também do veículo, inclusive olhando o cooler onde ficam as bebidas, como disse anteriormente, bebidas alcoólicas não são permitidas.
Tudo conferido, hora de começar o passeio. É importante lembrar que o Lençóis Maranhenses são uma área de grandes dunas, onde os lençóis freáticos afloram após o período de chuvas (que ocorre entre novembro a maio), criando as lagoas de águas doces, que são o grande atrativo do passeio, sendo assim, vale sempre destacar que é um passeio sem muito luxo ou conforto, o que para nós não foi nenhum problema.
Após passar pela guarita o Misael já parou o carro e nos mostrou o local onde ficava uma casa que foi completamente tomada pela areia das dunas, segundo o guia, elas movem-se até 6 metros por ano. Feita a explicação, era hora de começar o passeio propriamente dito, a jardineira anda rápido para conseguir subir e descer as dunas, por isso é aconselhado deixar todas as coisas soltas guardadas dentro de bolsas e mochilas, inclusive chapéus e bonés, que acabam voando com facilidade, como aconteceu comigo. Os óculos escuros são indispensáveis, uma vez que o vento sopra constantemente no parque e mais o movimento do carro, a areia bate com força mesmo.
A primeira vista que se tem dos Lençóis é algo realmente inacreditável, um mar de dunas que se estende por uma área a perder de vista, é realmente muito impactante, por mais que eu tenha visto inúmeras fotos, vídeos e lido depoimentos, nada se compara à estar realmente lá, é um visual deslumbrante.
Logo após subir algumas dunas é feito uma parada no alto de uma delas para contemplar a paisagem e também fazer algumas fotos, parada rápida, como uma espécie de “boas-vindas” que o parque te dá.
Nossa primeira parada foi na Lagoa Andorinha, uma lagoa grande e perene (não seca, independente da época do ano, no período de secas, que vai de julho a outubro, as lagoas vão secando conforme o tempo passa, por isso, o melhor período para conhece-las é de junho a setembro). A primeira vez que você aquela lagoa, de água doce e transparente no meio de uma monte de dunas, que te lembra um deserto, é muito marcante, e é realmente um visual único, que não se tem em mais nenhum outro lugar do nosso país. Em Santo Amaro os carros param do lado das lagoas, facilitando demais o acesso, além disso normalmente os carros que levam os turistas são equipados com cadeiras e guarda-sol, para deixar tudo ainda melhor. A água não é muito quente, porém, é ótima para o banho e por ser doce, não deixa aquela sensação “grudenta” da água do mar. Quando você está dentro da lagoa, com um tom de azul marcante, de águas transparentes e olha ao redor, aquelas dunas enormes, se tem uma sensação que é realmente indescritível e eu certamente não acharei palavras para descrever.
Ficamos por ali aproveitando a lagoa que estava apenas para nós e mais pequeno grupo de outro passeio, para nadar e relaxar com aquele visual inacreditável ao nosso redor. Tiramos muitas fotos e subimos em algumas dunas para apreciar melhor a paisagem.
Depois de ficar ali por cerca de 1 hora, fomos para a outra lagoa do passeio, a da Gaivota, que é basicamente a mesma coisa, só que com um tom de água mais esverdeado e com um formato diferente, as lagoas são sempre diferentes umas das outras, trazendo sempre uma nova surpresa. Isso já era por volta das 17:00 e como venta bastante, por mais que esteja calor, a sensação térmica é de mais frio, por isso optamos por ficar mais contemplando a paisagem do que propriamente dentro da água.
Por volta das 18:00 o guia nos chamou e disse que a última parada é para ver o pôr do Sol, veja pelo menos uma vez o pôr do Sol no alto das dunas, não existem palavras para descrever o quão maravilhoso é esse momento. Nosso guia nos levou no alto de uma duna onde se pode ter uma linda visão do parque e o Sol se pondo na linha do horizonte, a maneira como os raios solares batem nas dunas formam um jogo de luz e sombras, dão um ar dourado a areia que é simplesmente deslumbrante, realmente não deixe de fazer isso pelo menos em um dos passeios, é emocionante.
Terminado o pôr do Sol, voltamos para nossa pousada e já fechamos o passeio do dia seguinte, para Betânia. Se você estiver num pequeno grupo, como nós estávamos, de 4 pessoas, eu aconselho MUITO fazer os passeios privativos, eles sairão cerca de R$ 20,00 a R$ 30,00 a mais por pessoa, o que pode parecer muito, mas somente o fato de você estar com a liberdade e a privacidade de poder chegar e ir embora a hora que você quiser, sem depender de ninguém e sem ter nenhum tipo de aborrecimento por causa de pessoas que muitas vezes são “sem noção”, opte pelo privativo. É um tipo de gasto que vale MUITO a pena, ainda mais se forem passeios que duram o dia inteiro, imagine passar 8 horas junto à um grupo desagradável, isso estragaria sua viagem com certeza.
Chegando na pousada, nos arrumamos e fomos jantar, normalmente os restaurantes fecham por volta das 21:00 (exceto nos finais de semana e férias), então, nada de deixar para comer muito tarde. Nessa noite comemos no Restaurante do Gordo, que fica numa rua atrás da praça central, paralelo ao Banco Bradesco, é só perguntar que todo mundo sabe onde é. O restaurante é simples, mas a comida é maravilhosa, porções fartas e bem servidas. Comemos camarão e peixe frio, cada porção serve bem duas pessoas e sai por volta de aproximadamente R$ 70,00. Recomendo demais!
Para finalizar a noite, passeamos um pouco pela praça central e tomamos um sorvete na única sorveteria que fica na praça (não é dos melhores, mas para sobremesa estava ótimo, a casquinha com uma bola é R$ 4,00)
Hora de voltar para a Pousada e descansar, amanhã tem muito mais.





















































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