Após o café da manhã, saímos por volta de 08:30 do hotel em Santa Rita em
direção à Santo Amaro do Maranhão, acabamos optando por Santo Amaro pois lendo
vários relatos na internet, muitas pessoas falavam do aspecto mais simples e menos
desenvolvido da cidade do que a mais conhecida, onde as pessoas normalmente ficam
que é Barreirinhas.
O trecho era de apenas 250 km entre as duas cidades, porém, novamente
pela qualidade do asfalto, acabamos demorando mais do que o normal, fizemos o
percurso em cerca de 4 horas.
Atualmente, o trecho até Santo Amaro está totalmente asfaltado, e existe
até a mesmo a construção de uma ponte cruzando o Rio Alegre, o que fará em
breve, qualquer veículo chegar direito na cidade de Santo Amaro.
Hoje ao chegar na cidade é obrigatório deixar o carro no estacionamento
municipal, ele fica do lado esquerdo, logo após um posto Ipiranga na entrada da
cidade. Ele é amplo e gratuito e de lá mesmo já é possível pegar um transporte
em direção ao “centro” de Santo Amaro, que é onde ficam a maioria das pousadas,
restaurantes e de onde saem todos os passeios. Dica: Se você for de carro e for
ficar alguns dias, leve algum tipo de capa protetora para por sobre o painel do
carro, no estacionamento não tem sombra, o sol é muito forte e pode danificar
seu veículo.
Assim que você para seu veículo no estacionamento já chega algum guia
oferecendo o transporte até o centrinho, o valor é padronizado de R$ 10,00. O
transporte é feito em caminhonetes adaptadas com bancos na caçamba, que são
chamadas de jardineiras, esse é o veículo “oficial” de Santo Amaro do Maranhão
e você as verá por toda a cidade.
Quem nos recebeu foi o guia Misael (98 84991741), muito simpático e
educado, ofereceu o serviço de transporte até nossa pousada, o trajeto da
entrada de Santo Amaro até o centrinho já é uma pequena aventura, pois o carro
atravessa o Rio Alegre e literalmente passa por dentro dele, com a água
chegando muito próxima de entrar dentro do veículo. O trajeto entre a entrada e
o centrinho é rápido, chega-se em cerca de 15 minutos.
Ficamos hospedados na Pousada Paraíso (98 984895598), fica bem
localizada, apenas 2 quadras da praça central, possui quartos amplos, com
ar-condicionado, chuveiro elétrico (é bom conferir se sua pousada oferece, pois
nem todas disponibilizam) e um ótimo café da manhã, ela é simples, sem luxos, o
wi-fi funciona mais na área externa do que nos quartos, porém nos atendeu
perfeitamente, o valor da diária é cerca de R$110,00 por pessoa. Dica:
verifique se sua pousada está localizada próxima a praça central, pois algumas
ficam um pouco longe e em Santo Amaro tudo se faz a pé, existe inclusive um rio
que corta a cidade e algumas pousadas ficam do outro lado desse rio, sendo
necessário atravessá-lo para se chegar até o centro, ele não é fundo, mas a
água pode chegar na altura da cintura, dependendo do tamanho da pessoa.
Detalhe: em Santo Amaro, o sinal de celular é muito ruim, pegando razoavelmente bem Claro e Oi.
Detalhe: em Santo Amaro, o sinal de celular é muito ruim, pegando razoavelmente bem Claro e Oi.
Antes mesmo de fazer o check-in combinamos com o guia Misael de já fazer
um passeio no período da tarde, é o passeio mais famoso de Santo Amaro, que são
as lagoas Gaivota e Andorinha, com parada para ver o pôr do sol. O passeio sai
às 15:00 com retorno por volta das 18:30.
No centro de Santo Amaro existem inúmeras agências de turismo, você pode
contratar o passeio diretamente com elas, ou então pela cooperativa de turismo
de Santo Amaro, que fica num prédio ao lado da praça central. O preço é meio
tabelado, mas vale a pena dar uma pesquisada, principalmente se for optar por
passeios privativos, ou seja, no carro irá apenas o seu grupo (que é mais caro,
porém te dá muito mais privacidade e liberdade) ou nos passeios coletivos (que
são mais baratos, porém sem nenhuma privacidade ou liberdade). Você também pode
reservar os passeios direto com a pousada, pois a maioria delas faz o
agendamento direto com a Cooperativa.
Após nos instalarmos no quarto, fomos atrás do almoço, uma dica
importante é que Santo Amaro ainda está se desenvolvendo para o turismo, por
isso existem poucos restaurantes, grande parte fechar a partir das 14:00, como
a maioria dos comércios na cidade e de modo geral são simples e nem todos
aceitam cartão de crédito/débito, levar dinheiro é importante e na praça
central existe uma agência do Bradesco.
Como o calor estava muito forte e o passeio não demoraria a sair,
resolvemos almoçar próximo a pousada no restaurante Água Doce. Comemos uma
moqueca de pescada amarela, comida simples, nada de mais, prato para duas
pessoas R$ 75,00.
Após o almoço voltamos para a pousada e fomos arrumar as coisas para o
passeio, é importantíssimo levar filtro solar, óculos escuros, chapéu/boné e
água. Os passeios acontecem no meio do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses,
ou seja, no meio do nada, onde não há nenhum tipo de comércio, nem muito menos
banheiros. Uma dica: bebidas alcóolicas não são permitidas.
Às 15:00 em ponto o Misael passou na pousada, parada na cooperativa para
preenchimento de papelada (isso ocorre antes de todos os passeios),
aproveitamos para passar no mercado e compramos água e coisinhas para comer, é
importante lembrar que o comércio geral fecha por volta das 19:00, então, se
organize para comprar as coisas antes dos passeios.
Neste primeiro passeio optamos por fazer o coletivo e demos sorte pois
estávamos apenas nós quatro e um pai com sua filha, que por sinal foram muito
simpáticos e ótimas companhias. O valor desse passeio foi de R$ 60,00 por
pessoa, sempre pagamento em dinheiro.
Antes de entrar no parque há uma guarita onde se faz uma conferência de
papéis e também do veículo, inclusive olhando o cooler onde ficam as bebidas,
como disse anteriormente, bebidas alcoólicas não são permitidas.
Tudo conferido, hora de começar o passeio. É importante lembrar que o Lençóis
Maranhenses são uma área de grandes dunas, onde os lençóis freáticos afloram
após o período de chuvas (que ocorre entre novembro a maio), criando as lagoas
de águas doces, que são o grande atrativo do passeio, sendo assim, vale sempre
destacar que é um passeio sem muito luxo ou conforto, o que para nós não foi
nenhum problema.
Após passar pela guarita o Misael já parou o carro e nos mostrou o local
onde ficava uma casa que foi completamente tomada pela areia das dunas, segundo
o guia, elas movem-se até 6 metros por ano. Feita a explicação, era hora de
começar o passeio propriamente dito, a jardineira anda rápido para conseguir
subir e descer as dunas, por isso é aconselhado deixar todas as coisas soltas
guardadas dentro de bolsas e mochilas, inclusive chapéus e bonés, que acabam
voando com facilidade, como aconteceu comigo. Os óculos escuros são
indispensáveis, uma vez que o vento sopra constantemente no parque e mais o
movimento do carro, a areia bate com força mesmo.
A primeira vista que se tem dos Lençóis é algo realmente inacreditável,
um mar de dunas que se estende por uma área a perder de vista, é realmente
muito impactante, por mais que eu tenha visto inúmeras fotos, vídeos e lido
depoimentos, nada se compara à estar realmente lá, é um visual deslumbrante.
Logo após subir algumas dunas é feito uma parada no alto de uma delas
para contemplar a paisagem e também fazer algumas fotos, parada rápida, como
uma espécie de “boas-vindas” que o parque te dá.
Nossa primeira parada foi na Lagoa Andorinha, uma lagoa grande e perene
(não seca, independente da época do ano, no período de secas, que vai de julho
a outubro, as lagoas vão secando conforme o tempo passa, por isso, o melhor
período para conhece-las é de junho a setembro). A primeira vez que você aquela
lagoa, de água doce e transparente no meio de uma monte de dunas, que te lembra
um deserto, é muito marcante, e é realmente um visual único, que não se tem em
mais nenhum outro lugar do nosso país. Em Santo Amaro os carros param do lado
das lagoas, facilitando demais o acesso, além disso normalmente os carros que
levam os turistas são equipados com cadeiras e guarda-sol, para deixar tudo
ainda melhor. A água não é muito quente, porém, é ótima para o banho e por ser
doce, não deixa aquela sensação “grudenta” da água do mar. Quando você está dentro
da lagoa, com um tom de azul marcante, de águas transparentes e olha ao redor,
aquelas dunas enormes, se tem uma sensação que é realmente indescritível e eu
certamente não acharei palavras para descrever.
Ficamos por ali aproveitando a lagoa que estava apenas para nós e mais pequeno
grupo de outro passeio, para nadar e relaxar com aquele visual inacreditável ao
nosso redor. Tiramos muitas fotos e subimos em algumas dunas para apreciar
melhor a paisagem.
Depois de ficar ali por cerca de 1 hora, fomos para a outra lagoa do
passeio, a da Gaivota, que é basicamente a mesma coisa, só que com um tom de
água mais esverdeado e com um formato diferente, as lagoas são sempre
diferentes umas das outras, trazendo sempre uma nova surpresa. Isso já era por
volta das 17:00 e como venta bastante, por mais que esteja calor, a sensação térmica
é de mais frio, por isso optamos por ficar mais contemplando a paisagem do que
propriamente dentro da água.
Por volta das 18:00 o guia nos chamou e disse que a última parada é para
ver o pôr do Sol, veja pelo menos uma vez o pôr do Sol no alto das dunas, não
existem palavras para descrever o quão maravilhoso é esse momento. Nosso guia
nos levou no alto de uma duna onde se pode ter uma linda visão do parque e o
Sol se pondo na linha do horizonte, a maneira como os raios solares batem nas
dunas formam um jogo de luz e sombras, dão um ar dourado a areia que é
simplesmente deslumbrante, realmente não deixe de fazer isso pelo menos em um
dos passeios, é emocionante.
Terminado o pôr do Sol, voltamos para nossa pousada e já fechamos o
passeio do dia seguinte, para Betânia. Se você estiver num pequeno grupo, como
nós estávamos, de 4 pessoas, eu aconselho MUITO fazer os passeios privativos,
eles sairão cerca de R$ 20,00 a R$ 30,00 a mais por pessoa, o que pode parecer
muito, mas somente o fato de você estar com a liberdade e a privacidade de
poder chegar e ir embora a hora que você quiser, sem depender de ninguém e sem
ter nenhum tipo de aborrecimento por causa de pessoas que muitas vezes são “sem
noção”, opte pelo privativo. É um tipo de gasto que vale MUITO a pena, ainda
mais se forem passeios que duram o dia inteiro, imagine passar 8 horas junto à
um grupo desagradável, isso estragaria sua viagem com certeza.
Chegando na pousada, nos arrumamos e fomos jantar, normalmente os restaurantes
fecham por volta das 21:00 (exceto nos finais de semana e férias), então, nada
de deixar para comer muito tarde. Nessa noite comemos no Restaurante do Gordo,
que fica numa rua atrás da praça central, paralelo ao Banco Bradesco, é só
perguntar que todo mundo sabe onde é. O restaurante é simples, mas a comida é
maravilhosa, porções fartas e bem servidas. Comemos camarão e peixe frio, cada
porção serve bem duas pessoas e sai por volta de aproximadamente R$ 70,00.
Recomendo demais!
Para finalizar a noite, passeamos um pouco pela praça central e tomamos
um sorvete na única sorveteria que fica na praça (não é dos melhores, mas para
sobremesa estava ótimo, a casquinha com uma bola é R$ 4,00)
Hora de voltar para a Pousada e descansar, amanhã tem muito mais.
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