Após uma boa noite de sono, acordamos para mais um dia de
passeio, após reclamarmos com a agência do café ruim no dia anterior, eles nos
levaram na La Franchutería (que já
comentei aqui no blog) para tomarmos nosso desayuno. Como era de se esperar, comida
muito boa, porém nos foi oferecido o básico, já estava melhor que o dia
anterior, mas passou longe do “banquete” prometido. Café tomado era hora de
pegar pista, neste dia estávamos num grupo pequeno, apenas 6 pessoas, por isso
fomos de carro para o Salar de Tara, o que com certeza foi muito melhor.
Assim que entramos na pista que nos levaria até nosso destino,
trânsito parado, fomos informados que havia chovido no dia anterior nas
montanhas e por isso havia se formado gelo na pista, não podendo passar ninguém.
Isso gerou uma grande frustração, pois queríamos muito fazer o passeio, nosso
guia Francisco, sugeriu que fizéssemos outros tours para não perdermos o dia,
informaram que a pista só abriria ao meio dia e ainda eram por volta das 10:00.
O fato é que ficamos pelo menos uns 30 minutos por ali, discutindo sobre o que
faríamos, foi a melhor coisa que fizemos, pois logo depois a pista foi aberta antes
do previsto, caso optássemos por outro passeio, com certeza teríamos perdido um
dos visuais mais lindos que já vimos em nossas vidas. Pista liberada, seguimos
a diante, após rodar quase 2 horas, chegamos à primeira parada do passeio, no
famoso Monge de La Pacana, uma rocha vulcânica que foi esculpida pela ação do
vento e da chuva fazendo com que a pedra ficasse com um formato de um monge com
um rosto indígena, realmente muito interessante.
Fotos tiradas, partimos então para adentrar o deserto e ir à
busca do Salar, este passeio é OBRIGATÓRIO se fazer com agência, pois, além de
ser necessário um veículo 4x4, não existem caminhos a serem seguidos, nem
trilhas, é preciso conhecer muito bem o local para não se perder. Após rodarmos
alguns quilômetros, nos deparamos com uma das vistas mais lindas que já vimos
em nossas vidas, espalhadas pelo deserto, existem uma formações rochosas que
levam o nome de Las Catedrales, por fazerem uma alusão a uma catedral com suas
torres, é preciso um pouco de imaginação, mas a grande surpresa foi o GELO que
se formou em meio ao deserto, exatamente isso, GELO NO DESERTO! Inacreditável,
tudo estava coberto por uma fina camada de gelo, que com o contraste da areia
avermelhada formava uma visão única, até nosso guia ficou impressionado, ele disseque
faz o passeio há mais de 10 anos e viu aquela cena pouquíssimas vezes, que era
muito raro isso acontecer, realmente fomos abençoados.
Após muitas e muitas fotos, admirando as belezas
inacreditáveis continuamos nosso passeio observamos mais algumas formações
todas cobertas por gelo, foi muito emocionante mesmo. É importante lembrar que
nesse passeio o banheiro é a “mãe natureza”, por isso, é bom levar papel
higiênico, lenços umedecidos e álcool gel, além é claro de muita água para
encarar a secura do deserto e altitude que batia a casa dos 4800 metros.
Depois de ver tantas maravilhas, era hora de finalmente
chegar propriamente no Salar de Tara, que confesso, achamos muito sem graça
perto de tudo aquilo que havíamos visto. Uma rápida parada para fotos e já
seguimos, a ideia era passar por uma laguna antes de retornar, porém uma forte
chuva estava se aproximando e o guia achou prudente pularmos essa parte e
retornar, ele estava com medo que chovesse na pista e que formasse gelo
novamente. Por sorte deu tudo certo, acabamos “desviando” da chuva e retornamos
para SPA com segurança. Neste dia de passeio, um almoço está incluso,
normalmente se almoça no deserto, mas como acabamos voltando mais cedo, comemos
em um restaurante na Caracoles, comida boa, nada demais, mas deu pra matar a
fome.
Voltamos para a pousada maravilhados com tudo o que havíamos
visto, porém, eu gostaria de ressaltar que caso não existisse a ocorrência de
gelo o passeio até o Salar de Tara não é TUDO AQUILO que falam, ainda mais pelo
preço, então, minha dica é: se tiver tempo, faça com certeza, mas caso esteja
com tempo restrito, não sei se é um passeio imperdível, pois ele leva o dia
todo.
Combinamos de descansar um pouco a tarde para “fugir” do
calor escaldante do deserto. Já à tardezinha, voltamos para o centro para andar
mole, ver artesanatos e comprar algumas lembrancinhas. Neste dia jantamos no
Burger Garden, um trailer de lanches muito gostosos que fica próximo a Caracoles,
cada lanche saiu em torno de R$ 35,00 com batata, bebida à parte. Preço bom por
uma comida boa.
Antes de voltar para a pousada e arrumarmos as coisas,
decidimos nos distanciar um pouco da cidade para observar o céu do Atacama,
confesso que li muito na internet sobre a beleza desse céu noturno, mas estando
em San Pedro, achei ele bem “normal”, acabamos não fazendo também o tour
astronômico, mais por uma questão de gastos e também para sermos “obrigados a
voltar” para isso, além de outros passeios “obrigatórios” que ficou para a
próxima vez. Afastamo-nos cerca de uns 5 quilômetros da cidade e paramos num
vilarejo para não ficarmos parados na pista, estava extremamente escuro, não se
enxergava absolutamente nada, mas o que se abriu acima de nossas cabeças foi
memorável! Uma quantidade infinita de estrelas, constelações e muitas outras
formas que nem sei descrever bem com palavras, pois é inacreditável. O céu
noturno do Atacama é realmente espetacular e indescritível, parece de mentira,
só vendo para se ter noção e claro, e para as fotos ficarem boas, somente com
câmeras especiais, mas estando ali, valeu cada segundo.
Céu apreciado, era hora de voltar para a Pousada, arrumar as
coisas e descansar bem, no dia seguinte iríamos enfrentar uma boa pernada até
Salta na Argentina.
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